sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Eu queria ser grande

A crônica virtual de um sub-torcedor bambi tricolor que queria ser grande.

Nasci em 1935 (fundado em 1930, refundado em 1935) e desde cedo eu queria ser grande.

Meus principais rivais, hoje inimigos, nasceram antes, os alvinegros em 1910 e alviverdes em 1914. Ser de duas cores pra mim não bastava, eu queria ser grande, adotei 3, pra me mostrar superior.

Em 1940 na inauguração do Pacaembú, com Getúlio Vargas em campo e não sendo bem quisto, devido a Revolução de 30 e da Revolta Constitucionalista de 32.
As delegações foram apresentando-se, primeiro a do Corínthians, em seguida o Palestra, a qual sempre tivemos inveja. Depois dessas nós entramos, uma pequena delegação. Fomos ovacionados pelo estádio, constrangendo Getúlio. Sabemos que os aplausos não era pelo nosso time, mas por conta das cores de nossa camisa que eram as mesmas da bandeira do estado.

Getúlio no discurso disse que éramos "o mais querido", título este que nós apropriamos, como tudo em nossa vida. Tentamos também nos apropriar do estádio daqueles italianinhos, mas nós não conseguimos, mas eu queria ser grande.

Como não consegui roubar o estádio dos italianinhos, tinha de me mostrar grande, então vendemos o nosso modesto estádio do Canindé e com parceria em 1952 do Cícero Pompeu de Toledo e Laudo Natel (que seria presidente do clube e depois governador do estado), iniciamos a obra. Não tinha dinheiro, mas eu queria ser grande, então começamos pela primeira vez a sugar o erário público. Foi antiético, sujo, mas eu queria ser grande.

Após surrupiar um terreno e desviar milhares de sacos de cimento e uma quantidade infinita de areia, foi construído o nosso privadão. Imponente, mas o clube ainda não tinha o mesmo nível dos rivais, mas eu queria ser grande.

Nesta minha história, conquistei vários títulos, sendo alguns lícitos, outros não, mas o importante é constá-los em nosso currículo, assim como os bandidos possuem orgulho de sua ficha criminal, mas eu quero ser grande.

Fui nestes últimos anos tri do brasileiro, temos de ser melhores em tudo. Nosso rival alvinegro ganhou o título do Roubrasileirão de 2005, com o esquema da máfia russa. Somos muito mais eficientes, ganhamos 3 em seguida, com os árbitros sempre nos ajudando. Porque eu preciso ser grande.

No último campeonato não era pra ser meu, mas com um bom trabalho dentro de campo e principalmente fora, fomos pela primeira vez tri. Não me importa se o campeonato ficou conhecido como Madonnão. Madonnão possui mais glamour que brasileirão, não gostamos de nada de nosso país, ao contrário, somos do mundo. Nosso sonho era ser conhecido mundialmente, sermos conhecidos como o Michael Jackson, roubamos até uns jogadores novos na mão grande de outros clubes, e faturamos alto com um de nosso rival, hoje com nome de Palmeiras, mas somos realmente conhecidos como a turma do Fredie Mercury e Village People, acho que por causa de nossa opção sexual. Se realmente for isso, tudo bem, pelo menos começam a nos entender. Mas eu quero ser grande.

Sempre digo que daqui 10 anos a minha torcida será a maior do Brasil. Sei que nunca seremos, pois nem torcedores nós somos, no máximo uma massa alienada. Mas nos momentos em que falamos que vamos ser os maiores, arrumamos ainda mais espaço na mídia. Eles não percebem, mas vamos aparecendo e isso é que gostamos. Aparecemos até no momento de pura desgraça, como foi no caso das chuvas em Santa Catarina.

Mudando de assunto, o goleiro daqueles italianinhos é conhecido como um santo, ele realmente é bom. Escondido em casa sem ninguém perceber votei nele. Nosso goleiro narigudo não é nem mesmo um mito, mas assim mesmo eu minto. Sei que ele não é grande, competente, mas meu trabalho na mídia é. Na semana em que o santo foi eleito o melhor por 66% dos votantes, enchi a mídia com notícias de meu goleiro, assim aparento ter um jogador que parece ser acima da média.

A copa de 2014 vai ser aqui no Brasil e é claro que meu estádio será o do meu estado, inclusive depois de tanto dinheiro desviado. Mas preciso de mais, quero mais dinheiro, mais terreno, mais cimento. Pouco me importa se meus rivais não venham aqui jogar. Eu quero, eu preciso ser grande.

Estou me lixando para o que voces que estão lendo isso agora estão pensando, sou alienado, um sub-torcedor, sei que não vou conseguir, mas um dia eu quero ser grande.

Espero que gostem da brincadeira........rsssssss

2 comentários:

Anônimo disse...

palmeirense de merda, seu time é uma bosta e quem tem inveja do GRANDE Sâo Paulo são vocês, que quiseram fazer um centro de trinamento ao lado da gente, depois comprar cafú, muller e cia com inveja das conquistas tricolores.. VAI TOMAR NO SEU CU

Pai da Princesa disse...

Seja bem vindo ao blog!!!

Na próxima deixe um recado mais educado e não entre como anônimo!