sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Maradona - O Grande


Antes do desenvolvimento do post, gostaria de deixar claro que este blogueiro detesta o lugar comum. Não considero os argentinos inimigos e aprecio demais o futebol praticado por nossos vizinhos.

Não vi Pelé jogar, exceto quando apresentam jogos do passado, como a final contra os italianos em 1970. Ao contrário, vi demais o futebol do argentino e ele jogou demais! Inclusive, as vezes tenho a impressão que foi o Pelé que iniciou o politicamente correto, sendo um exemplo quando ele fez o seu milésimo gol, dedicando às criancinhas. Pareceu-me muito político.

Ao contrário de Pelé, Maradona representa tudo aquilo que o futebol tem de melhor, que é a habilidade, genialidade, ironia, polêmica e irreverência. Realmente ele foi 10!

Alguns podem dizer que ele não foi um bom exemplo, por conta do uso das drogas. Como diz o ditado popular, errar é humano e ele pagou pelos seus erros, sendo afastado, ridicularizado e até mesmo humilhado. Apesar de tudo isso, Maradona ainda é amado pelo povo argentino. O futebol ainda pulsa.

Lembro-me bem da carreira do argentino na Copa de 86 e 90, onde era o grande astro, mas principalmente no futebol italiano, pois em seus tempos de Nápoli, mudou o status do time para um patamar maior.

Amanhã Diego Maradona fará 50 anos. Parabéns por sua meia década de vida. Que tenha muitos anos de vida e principalmente, continue sendo politicamente incorreto.

O futebol ainda vive!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Apoio ao Felipão contra a Imprensa Maldita


Este blogue apóia o Felipão contra estes pseudo-jornalistas que tentam a todo custo desmoralizar o técnico.

Esta imprensa maldita tenta de toda a forma, todos os dias, fazer críticas ao time do Palmeiras, desde que me entendo por gente fazem isso.

Ontem durante o jogo via no Twitter o ódio dos jornalistas sendo lançado contra o técnicos, com diversas piadinhas ou críticas vazias.

Deveria também dizer um monte de palavrões e dizer o nome de cada um destes imbecis, mas evitarei dizer para começar meu dia bem, sem energias negativas.

Deixarei por enquanto meu desprezo para alguns jornalistas:


  • Noriega marca penalti
  • Brunomerda  Bernardi
  • Mauro engraçadinho Cezar
  • Gian Oddi todo mundo
  • Neto do Andrés
  • Come Risoli
Existem outros, mas por enquanto serão apenas estes senhores

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Marcelo de Lima Henrique, o nome do jogo


A minha vontade neste momento em que estou postando era de dizer um monte, mas um monte de palavrões ao juizão da partida, só não o farei em respeito a algumas crianças que são leitores do blogue.

Como pode este senhor tumultuar tanto a partida?

Desde o início da partida ele deixou correr algumas faltas que beneficiariam o Palmeiras e marcava as do patético. Mas o pior ainda estava por vir.

O Palmeiras vencia por 1 a zero, quando Lincoln escapou pela esquerda, chegou até a linha de fundo e recebeu falta dentro da área. Penalti claro que o juiz safado marcou. O que parecia ser a consolidação da vitória passou a ser um tormento. O bandeira que não marcou o impedimento no momento que aconteceu, advertiu o juiz que retirou o penalti do Palmeiras. Nunca vi isso em minha vida. O patético ganhou ânimo e partiu pra cima do Palmeiras, exigindo muito do @Deola22, onde disse no Twitter que o goleiro está se transformando em aprendiz de santo.

Depois de tirar o gol do Palmeiras, o árbitro me marca penalidade de Márcio Araújo sobre Obina.  Não foi penalti nem aqui, nem na casa da PQP. Obina que não tinha nada com isso cobrou bem e marcou. Depois disso o Palmeiras criou algumas situações que não deram em nada.

Conclusão da noite:

- Melhor do Palmeiras: Deola
- Melhor do patético: Marcelo de Lima Henrique
 Empatamos contra um time misto, mas tiveram o melhor jogador em campo, que foi o árbitro. Na partida de volta podemos empatar em 0 x 0 ou qualquer vitória para conseguir a classificação.

Espero que os problemas do Valdívia se solucionem para ter o mago em campo, pois o time com ele é outro.

Até este momento em que digito este post, a gambazada vai vencendo o menguinho. Noite safada!

Dia de depenar o galo


Hoje, mais precisamente às 19:45, o Palmeiras tem a partida mais importante do ano, contra o patético de minas.

O time alviverde aparentemente não sentiu a derrota para os gambás e é aí que eu fico preocupado. Perder para aqueles lixos pode acontecer, assim como perdemos para o CAG, mas sem luta como foi, é absolutamente ridículo.

No Palmeiras hoje, existem vários jogadores sem condições, como Rivaldo e Luan, mas a minha maior irritação foi para o otário do Patrick, que teve o Jucilei (isso é nome de jogador?) esbravejando em seu ouvido e o infeliz fez cara de paisagem, fingindo que não era com ele. Que o Palmeiras tem vários jogadores ruins todos sabemos, mas não aturo bananas.

A noite contra o patético, quero o time ligado e principalmente um time de homens, com sangue nos olhos em busca do resultado. Quero em campo um esquadrão que vença e convença, traga uma vitória digna, após o fiasco do final-de-semana.

Sem mais!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Camisa 3 Ridícula

Dizem por aí que c.... e gosto, cada um tem um. É um ditado popular que acredito estar certo.

Achei ridícula essa nova camisa. Desde que a Adidas retornou ao alviverde, gostei dequase todas as camisas, fiquei um pouco reticente no início do lançamento da camisa marca-texto e odiei aquela que misturava o verde com prata (na realidade aquilo lá para mim era cinza e parecia muito mais um pijama). Do resto, gostei de todas.

Posso estar muito enganado, mas acho que essa camisa não vai pegar, não venderá tanto como as outras. Uma pena, mas deve ser esta a realidade. Essa camisa ridícula parece uniforme do América-MG.

Mas o que acharam?????

Joana e a Bola

Quando estou tranquilo, gosto de ficar navegando em mares virtuais. Muitas das vezes não encontro nada que presta, mas em alguns momentos me deparo com algumas coisas bacanas. A história do menino Vitor é uma delas.

Numa rápida navegada hoje pela manhã, conheci através do blogue Forza Palestra, o blogue da Joana de Assis. A sigo no Twitter, mas nunca tive a curiosidade de ver se ela tinha algum blogue ou coisa do tipo. Sempre gostei de suas "twitadas" (virou verbo???), mas seu blogue é super bacana. Morri de rir do papo no banheiro feminino. Para quem ainda não leu, cliquem Aqui.

A partir de hoje, colocarei o blogue dela na indicação que faço neste espaço. Aproveitem, pois existem cérebros na mídia paga.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

15 anos do Guerreiro Vitor


Se estivesse entre nós Vitor faria hoje 15 anos. Infelizmente Deus possui planos que nem sempre é como nós desejamos.
Para comemorar esta data, teremos hoje depoimentos de sua avó Maria Luiza e de seus pais. Ao final do post, o blogue fez uma pequena homenagem.
Depoimento da avó/madrinha Maria Luiza:
Vitor com sua madrinha/avó



"Eu não era só avó do Vitor, ele também era meu afilhado de batismo.

Ele era um neto muito querido, amigo de pesca do vô Zé Lovison.

Quando ele saía do colégio, pois o colégio dele ficava na mesma avenida que nós os avós moramos, ele as vezes passava em casa. Um certo dia, quando tudo aconteceu, ele chegou em casa e disse:  - Oi vó! Que cheiro de feijão gostoso! Eu estava preparando o jantar e, como ele gostava do meu feijão, ele comeu um prato de feijão, mas primeiro ele colocou a mochila em cima da mesa que tenho na área e disse: - Sabe vó! Eu estou com uma dor nas costas, vim da escola andando como um bêbado, meus coleguinhas até vieram gozando de mim. Eu disse: -Vitor! Vamos no quarto da vovó que tenho um aparelho de fazer massagem. Peguei o aparelho e o Vitor deitou na minha cama, ergui a camisa dele, vi que as costas estava um pouco inchada e fiz uma massagem nele com uma pomada de arnica. Ele deu uma melhorada e foi jogar bola no meu quintal com o priminho dele que estava em casa, mais o Vitor caía muito.

O que aconteceu daquele dia em diante já foi contado na sua historinha e, agora, também está sendo contado pela minha filha Viviani.

Quando a Viviani e o Carlos, pais do Vitor, precisaram de nós, estávamos todos doentes. O avô do Vitor, meu esposo, em agosto de 2008, infartou e estava internado em São Paulo - SP; A mãe do Carlos, dona Maria, em maio de 2008, estava internada na UNESP de Botucatu-SP, pois operou de chagas no intestino e eu, Maria Luiza, em setembro de 2008, internada no Hospital de Jaú – SP, operada da cirurgia da coluna.

O Vitor quando estava internado na UNESP de Botucatu-SP, ligou para mim quando eu estava internada em Jaú-SP, dizendo que ele ia ter alta e, queria saber se eu iria ter alta também. Então eu disse: -Vitor! Se Deus quiser vou embora amanhã!

Quando recebi alta e cheguei em casa, o Vitor veio me visitar e, trouxe-me de presente uma imagem de Nossa Senhora com Jesus no colo e retribuiu todo carinho e atenção que eu dava a ele quando ele chegava do hospital. Vitor com sua cadeirinha de roda motorizada, entrou em meu quarto, deu três voltinhas e disse: -Vó! Fomos todos pro pau, eu, o vô e a vó Maria (avó paterna) e você, mas ninguém morreu, quando todos nós ficarmos bem, precisa um caminhão para levarmos para Aparecida do Norte, pois ele era devoto de Nossa Senhora Aparecida.

Na noite de sua partida para o céu, levaram-me para vê-lo, eu estava acamada e com um dreno nas costas. Sentei perto dele, rezei um terço da misericórdia, mas nem passou em minha cabeça que seria o ultimo dia de vida dele.

Beijei-o e disse: - Vitor! Vó te ama! E ele respondeu bem baixinho: -Eu também!
Vitor partiu por volta de 23h40min de um domingo, só que minha família, que são 5 filhas, 5 genros, 1 filho, 1 nora e 13 netos(hoje) deixaram para avisar eu e meu esposo, só de manhã, poupando-nos.

Três meses depois que o Vitor partiu, meu esposo, o vó Zé, infartou novamente, mas com a graça de Deus ele está bem. O que nos fortalece é um altar que tenho em minha casa. Coloquei uma foto do Vitor junto com Jesus e todos os meus santinhos. Quando preciso, ajoelho diante do altar e peço muitas forças para vencer nesta vida.

Nos aniversários do Vitor, que é em 25 de outubro, eu todo ano dava um tênis para ele e, mandava ele escolher na loja de calçados, Casa Progresso.Depois de sua doença, teve um período que ele voltou a andar, então deu tempo de presenteá-lo com um lindo tênis,  em seu último aniversário aqui com a gente, quando ele completou seus 12 anos.

15 anos – 25/10/2010.
Parabéns Vitor!
Deus te abençoe!
Desta Vó que te amou e ainda te ama, esteja você onde estiver.
Maria Luiza Lovison."

Depoimento de sua mãe Viviane:


"Daremos uma pausa nos relatos da vida do Vitor e em sua história para que façamos uma homenagem a ele pelo dia de seu aniversário que é hoje, vinte e cinco de outubro, Vitor se estivesse aqui estaria completando seus 15 anos, mas esteja ele onde estiver, sei que poderá receber todo nosso amor e carinho, o qual sempre recebeu de nós seus pais e de sua irmã Vivian, familiares e amigos. Sempre comemorávamos os seus aniversários com festa e em clima de muita alegria, pois o Vitor, assim como nós, sempre gostou de festa e ele adorava ganhar presentes nesta data tão especial que era comemorado o dia de seu nascimento e, todos os seus aniversários foram registrados com fotos que eu e seu pai tirávamos.

Vitor, a mamãe não se esquece de você um só dia, um só minuto, quero que saiba que a mamãe e o papai estão dando continuidade a sua história, a nossa história a qual vivemos juntos e, tenho certeza de que Deus é justo e por isso sei que sempre permitirá que você esteja entre nós, pois te amamos e sempre te amaremos por toda eternidade. Sei que estarás sempre ao nosso lado, esteja onde estiver olharás por nós e por todos aqueles que você tanto amou e sei que ainda ama. Jamais te esqueceremos, passe o tempo que passar.

Vitor sempre gostou de comemorar seus aniversários com muita alegria.

Certa vez, no mês de setembro de 2008, estando em sua cadeira de rodas e lutando contra o tumor na medula, disse a mim, sua mãe: “O melhor presente que eu já ganhei, foi a minha vida!”

Sei que apesar de tudo que passou, em um ano e cinco meses, lutando para viver, você foi muito feliz, antes e até mesmo durante sua enfermidade. Filho abençoado, iluminado e guerreiro!

Querido filho, você sempre estará em nosso coração e, não importa onde esteja, desejamos a você muitas felicidades, você merece tudo de bom e belo, pois sabemos que você vive, pois o espírito é imortal. Temos muito orgulho de você! Você nos ensinou muito! Fomos muito felizes com você ao nosso lado. Pena que você foi tão cedo, sentimos muito a sua falta!

Não é fácil continuar a vida sem você aqui, mas nossa missão ainda não terminou e temos certeza que você será sempre o nosso anjo guerreiro a nós ajudar a cumpri-la, pois graças a Deus temos a Vivian e agora também a Clarinha, a qual se parece muito com você Vitor. Elas precisam muito de nós e, nós delas.
Se você estivesse aqui, tenho certeza de que iria adorar sua irmãzinha caçula, assim como ficou feliz quando a Vivian nasceu.
Infelizmente não pudemos trocar de lugar com você, quando adoeceu.

Também sabemos que você não queria que tivesse sido com a gente e com ninguém de nossa família o que aconteceu com você.

Parabéns filho amado! Sempre te amaremos!
Deus te abençoe!
Com amor e carinho,
Seus pais Viviani e Carlos."

Mensagem da Vivian pela passagem do aniversário de seu irmão Vitor:

“Vitor! Feliz aniversário!
Eu te amo e nunca vou te esquecer e, parabéns pelos seus 15 anos!”
Vivian!

Homenagem do blogueiro ao Aniversário do Guerreiro alviverde:

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A História de um Guerreiro de 12 anos - Em Sorocaba, fazendo Radioterapia

Hoje irei dar continuidade na história do Vítor, com mais um grande depoimento de sua mãe e para minha surpresa e de voces leitores, um trechinho do diário de sua irmã Vivian. Na postagem de hoje, observei que tanto nas palavras do Vítor, quanto de sua mãe, que a radioterapia teve um papel secundário naquele momento. A união desta família prevalece sobre todas as dificuldades.
Vítor com suas primas Ana e Corina


"Eu, em Sorocaba, Fazendo Radioterapia


Eu fui para Sorocaba fazer radioterapia, comecei a fazer no dia 23/05/07, foi a minha primeira consulta, eu fui com minha mãe, meu pai e minha tia Cris e, estava chovendo na Avenida Washington Luiz onde fica a clínica Nucleon, local onde eu ia fazer 28 sessões.


No primeiro dia eu, meu pai e minha mãe dormimos no apartamento da tia Cris. Eu fiquei feliz por estar ao lado dos meus primos Renatinho e Rodrigo, e de meus tios Almyr e Cristina por poder matar a saudade.


Vitor com seu primos Renatinho e Rodrigo
 e seu amigo Vinicius
Nós três, eu, “Digo” e “Nato” (apelidos dos meus primos Rodrigo e Renatinho) jogamos vídeo game PS1 o dia inteiro; No segundo dia eu acordei 08:30 horas para fazer radioterapia, foram comigo a tia Cris, minha mãe e meu pai. Eu gostei muito das enfermeiras de lá, elas são muitos legais e simpáticas. Depois minha mãe foi embora, então ficou eu e meu pai em Sorocaba com minha tia Cris, tio Almyr e meus primos. Nós ficamos lá todos os dias. Além disso, no outro dia, depois da rádio, meu pai levou eu, “Nato” a tia Cris no Shopping para eu conhecer e, compramos um sorvete do McDonalds. Eu pedi um com casquinha de chocolate, com chocolate no meio. Custo do sorvete R$ 3,00 reais, e nós nos divertimos muito, depois todos voltamos para o apartamento e, contamos para “Digo” que, ficou com um pouco de inveja, mais depois entendeu e, o tio Almyr, nem me lembro se contamos pra ele, mas acho que a tia Cris contou.


No outro dia, depois da rádio, meu pai nos levou para passear, para sair um pouco do apartamento, então eu conheci uns amigos do “Nato”, e conheci também um barzinho que tinha lá embaixo do apartamento, depois disso, nós fomos lá na rua comprar cartão telefônico para poder falar com mamãe, e também comprar um jornal de esportes para papai ler. Então tia Cris nos chamou para tomar café da tarde, depois eu e “Nato” jogamos vídeo game. “Digo” chegou a tarde e eles foram treinar bola na quadra do apartamento e após, fomos dormir.


No outro dia, depois da rádio, meu pai foi procurar o setor de fisioterapia no Hospital de Sorocaba para mim e lá, esperamos mais ou menos duas horas para sermos atendidos e, então, as sessões ficaram assim: as 2ª, 4ª, e 6ª feiras, e começavam as  02:00 horas da tarde e terminavam as 06:00 horas.


Os fisioterapeutas se chamavam Maikon e Viviane. Eles judiavam muito de mim com os exercícios, eu chegava na casa da tia Cris esgotado, mais depois que eu saía da fisioterapia, meu pai sempre comprava um sorvetinho para mim.


No outro dia, depois da rádio, meu pai me levou para eu ver os preços do vídeo game PS2 que ia dar-me de presente de aniversário adiantado. No outro dia, ele me levou de novo na mesma loja e compramos o PS2, que foi meu presente de aniversário e, após, aproveitamos e fomos passear no Mercadão, lá vendiam um monte de coisas legais, como moedas antigas, notas antigas, frutas, feijão, arroz..., tudo que possa pensar. Do lado de fora, ficavam pessoas vendendo e trocando coisas, do tipo: eu troco esse meu relógio pelo seu, meu telefone pelo seu ventilador, e assim por diante. Após, voltamos para o apartamento da tia Cris com PS2 e instalamos na televisão do quarto do “Nato” e “Digo”.


No começo eu me empolguei com o vídeo game e esqueci que o “Nato” estava ao meu lado e queria jogar também, daí a tia Cris me deu uma bronca, então eu coloquei um jogo que dava para nós dois jogarmos ao mesmo tempo. Rodrigo chegou, daí eu coloquei um jogo que nós três gostávamos, e jogamos a noite inteira. Ficamos com vontade de não parar mais de jogar, não queríamos mais parar, mais paramos e fomos dormir.


No outro dia eu tive uma surpresa na rádio, pois a enfermeira disse que tinha uma loja na cidade, ela viu que eu gostava muito de boné e me deu o endereço de sua loja, e falou para eu ir lá e pegar um boné de presente, não importava o preço, podia ser do mais caro, do mais bonito. Então eu peguei um azul escuro, bem bonito e fui embora para casa da titia Cris, Na chegada tomei um banho e fui jogar vídeo game com meus primos. Comemos e depois, a noite, vimos a série Lost, sua 3ª temporada e no final, meu primo “Nato” que estava dormindo na sala, foi levado pelo tio Almyr para sua cama, e dormindo ele foi falando: “pára pai, pára pai...” foi muito engraçado e, em seguida, fomos dormir.


No outro dia, depois da rádio e da fisioterapia, eu só fiquei jogando vídeo game e, a noite, nós fomos assistir de novo a série Lost e, de novo, no final, meu primo “Nato” dormiu e quando o tio Almyr levou ele para cama, ele dizia assim: “quero frango, quero frango”,  foi demais. Depois dessa vez, ele não fez mais isso. No outro dia, meu pai levou eu, “Nato” e a tia Cris no Supermercado Carrefour fazer compras.


Cerqueira César - SP, 30/04/2008.
Vitor Lovison do Amaral {12 anos}"

Depoimentos de sua mãe e um pequeno trecho do diário da Vivian:


"Hoje vou falar um pouco de como foi difícil a época em que o Vitor e o Carlos ficaram em Sorocaba-SP.


O Vitor precisava fazer sessões de radioterapia e a Dra Lied nos encaminhou para a cidade de Sorocaba-SP, por lá ser um lugar melhor para este tipo de tratamento.


Vítor com os tios Cristina e Almyr
O dia em fomos levar o Vitor para Sorocaba-SP, pela 1ª vez depois que ele foi operado e iria iniciar o tratamento lá, tivemos que emprestado o carro dos meus pais, uma Parati branca, pois nós tínhamos um fusquinha verde e nele não cabia a cadeiras de rodas. Neste dia chegamos em Sorocaba-Sp a noite e, para piorar a Parati “pifou”, isto mesmo, ela parou de pegar assim que chegamos a Sorocaba-SP  e, então, ligamos para meu cunhado Almyr  e ele veio nos buscar com seu veículo e depois o Carlos e o Almyr voltaram para ver  o que teria acontecido com a Parati, ainda bem que, o Carlos foi verificar melhor e viu que tinha uma mangueira de água solta no motor e, ele mesmo arrumou, pois o motor havia fervido. Eu, o Vitor e a Vivian, enquanto isto, já estávamos acomodados no apartamento de minha irmã Cristina e, o Vitor já se distraia com os seus primos Rodrigo e Renatinho.


Tempo de provações. A gente com o filho doente e sem poder andar, com aquela doença ingrata e impiedosa e o mundo desabando ao nosso redor, por dentro e por fora.


Juro que não sei como agüentamos tantas dificuldades de uma só vez. Mas para frente vou relatar porque acabei de lhes dizer isto, mas as pessoas que acompanharam toda trajetória de nossa luta e de nosso filho, entendem o que digo.


Nestes momentos é que acredito que as orações que fazíamos é que nos mantínhamos de pé e firmes em fazer tudo que fosse preciso para que nosso filho fosse curado. Nesta época eu acreditava que existia uma possibilidade de cura.


Quantas vezes entrei sozinha nos consultórios do hospital da UNESP para falar com os médicos que cuidavam do Vitor e, com a Dra. Lied, a oncologista responsável pela quimioterapia infantil. Ouvia desde o início tudo que uma mãe que ama, jamais sonha em ouvir a respeito de um filho que é tão querido e amado e, para o qual sonha com que há de melhor para ele.


O Carlos ficava com o Vitor do lado de fora depois que ele era consultado para distraí-lo e, então, eu conversava com os médicos da neurocirurgia e com a Dra. Lied, a qual o Vitor tinha muito carinho e nós também. 


Bem..., voltando a falar do período que o Vitor fez radioterapia.


Minha irmã Cristina (a tia aspirina) e meu cunhado Almyr, moram em Sorocaba-SP em um apartamento no 3º andar e não possui elevador. O Carlos subia e descia com o Vitor no colo três andares, as vezes seis vezes ao dia, porque de manhã levava o Vitor na Radioterapia, na Clínica Nucleon e, a tarde, na fisioterapia do Hospital de Sorocaba-SP, sem contar que o Vitor gostava de descer para ver seus primos jogarem futebol na quadra do prédio. Não consigo nem imaginar o tamanho da força que Deus deu ao Carlos e ao Vitor nesta época.


Numa certa vez quando o Carlos estava subindo com o Vitor, ele acabou tropeçando e caiu com o Vitor no colo, mas graças a Deus o Vitor caiu em cima do Carlos e não se machucou e nem o Carlos. 


Neste período eu estava em Cerqueira César-SP com a Vivian. Precisava estar ao lado da Vivian também, pois ela sentia muito a nossa falta, principalmente de mim, sua mãe.
Também cuidei para que ela fosse a escola e não perdesse o ano letivo, pois ela estava fazendo a 3ª série na Escola Avelino Pereira.


Vítor, Carlos (pai), Vivian e
amiguinha Roberta
Nós almoçávamos e jantávamos na casa de minha mãe, depois vínhamos dormir em casa. Tínhamos uma vizinha chamada Márcia que tem uma menina que se chama Roberta e tem a idade da Vivian, então ela vinha brincar em casa, assim a Vivian se distraia um pouco e não ficava tão triste. A Márcia também me ajudou bastante nesta época, íamos na igreja rezar pelo Vitor. Eu e a Vivian tínhamos uma a outra e, nós conversávamos bastante a noite, antes de dormir. Sentíamos muita falta do Carlos e do Vitor. Foi um período muito difícil para nós quatro. A Vivian dormia na cama comigo, ela me dava forças para suportar a saudade que sentia do Vitor e do Carlos que estavam em Sorocaba-SP.


Vítor com Vinícius, seu melhor amigo
Sei que a Vivian sofreu muito e ainda sofre. Ela sempre me diz que chora por dentro para não nos deixar tristes. Ela rezava muito para o Vitor sarar, pois eles sempre foram muitos apegados, apesar de terem umas briguinhas básicas de irmãos. A diferença de idade deles é de 3 anos e 4 meses e, por isso Vivian sempre ficava atrás do Vitor desde pequena. Quando ele ia brincar na casa do Vinícius, ela queria ir junto e, o Vitor segurava em sua mãozinha e mesmo contrariado a levava junto. As amiguinhas dela também quando vinham em casa brincar com a Vivian, também brincavam com o Vitor e com seu amigo Vinícius. Nossa casa era um entra e sai de crianças, uma festa. Tenho relatos da Vivian em seu diário, na época que o Vitor estava doente, que ela acreditava que o Vitor iria sarar, com sua permissão ela me autorizou a relatar a vocês com as palavrinhas que ela aos seus 09 anos nos escreveu, como segue:  


“Comunicado
De: Vivian
Para: Mamãe e papai.
Assunto: Meus pais é demais.
Mamãe e papai, no momento em que a gente está passando é difícil, sempre com lágrimas nos olhos ou um sorriso no rosto.
Mas sempre vamos ter fé em Deus e nunca desista. Deus está olhando em nossa família.
Principalmente no Vitor, na vó e o vô e eu tenho fé que Deus vai mandar um milagre pra gente.
Vivian
Assinatura”


Obs:- O Carlos somente corrigiu três errinhos de português dela. (pasando,senpre e soriso)


Enquanto a Vivian estava na escola no período da tarde, eu tirava forças para continuar vendendo as lingeries e, assim, me distraia um pouco para que o tempo passasse mais rápido e aqueles dias intermináveis sem o Vitor e o Carlos acabassem logo. Foi a primeira que em  12 anos de casados, fiquei longe do Carlos também.


Nesta época nós tínhamos um cachorro, o Beethoven, que está com a gente até hoje, o Vitor ganhou da tia Lúcia e sempre gostou de jogar bola com ele. Vitor e  Beethoven tinham um carinho muito grande um pelo outro, quando o Vitor estava na cadeira de rodas e eu abria a porta da sala e, o Beethoven que era  e é obediente não entrava, então o Vitor se aproximava da porta e ele colocava sua cabeça perto do Vitor para ser acariciado. Era emocionante! Só que o Beethoven é o cachorro do Vitor, da Vivian e agora também da Clarinha.Também tínhamos o Fred, um hamster marrom , ou seja, um rato de estimação que as crianças ganharam de sua prima Aninha. 


O Vitor adorava o Fred. Ele e o Vinícius, seu melhor amigo de infância, sempre faziam casinhas com bloquinhos de madeira pelo chão da sala para brincar com o Fred. Lembro que o Vitor e a Vivian ganharam o Fred em janeiro de 2007 assim que chegaram da viagem que fizeram a São Paulo-SP. Depois eles juntaram o dinheiro que tinham para comprar uma gaiola com rodinha dentro para o Fred, pois o Vitor e a Vivian recebiam mesada todo mês no valor de R$10,00 cada. Esta mesada foi a maneira que o Carlos encontrou para as crianças pararem de chupar o dedo e largarem de seus cheirinhos (o Vitor chupava o dedo da mão direita com uma fraldinha e, a Vivian também chupava o dedo da mão direita com uma cobertinha). As crianças levaram a proposta do Carlos a sério, só que no começo, quando eles estavam dormindo, eles automaticamente esqueciam e chupavam o dedo, quando eu levantava de madrugada para cobri-los, eu via mas não tirava o dedo deles da boca, pois tinha dó.


No dia seguinte o Carlos me perguntava se eles estavam chupando o dedo enquanto dormiam e eu, mentia dizendo que não. Mas foi esta tática do Carlos de dar a mesada, que deu certo, em pouco tempo eles não chupavam mais seus dedos. Tenho a fraldinha do Vitor e o cheirinho da Vivian que é um pedaço do que sobrou de sua cobertinha, guardados até hoje. A Vivian recebe sua mesada até hoje, mais a do Vitor, depois que ele partiu.


Detalhe:- As crianças compraram o Fred escondido de nós e, esconderam ele no barracão da casa do vô Zé, mas minha mãe acabou contanto para o Carlos e depois para mim que fomos conhecer o mais novo membro de nossa família, o qual nos deu grande alegria e “trabalho”. Vendo que estavam tão felizes, nós não ficamos zangados com eles, mas só advertimos que eles iriam ter que ajudar a cuidar também.
Vítor, Vivian e Fred


O Fred partiu em janeiro de 2009. Nós sentimos muito e a Vivian chorou. Me lembro que íamos viajar para Aparecida do Norte neste dia.


Depois que o Vitor foi operado, nós compramos para ele alguns peixinhos e ele gostou de um em especial e, a tia Léia deu-lhe de presente. Chegamos em casa e o Carlos montou o aquário para ele na sala, de frente para o sofá onde ele ficava deitado. Pena que alguns dias depois, os peixinhos morreram porque estava muito frio e não tínhamos aquecedor de aquário. Vitor sempre adorou peixes, desde pequeno.


Vítor com sua mãe Viviani no
Hotel Lagoa
Sorte que neste mesmo dia que compramos os peixinhos, ele também ganhou um peixe Beta que ficava em um aquário pequeno, de sua prima Corina e por ser mais resistente, foi o único que sobreviveu. O Carlos sempre limpou os aquários dos peixes e, limpava a gaiola do Fred.
O Vitor mesmo estando sem poder andar, fazia questão de tratar dos peixes e do Fred com a ajuda de sua irmã Vivian. Penso que as crianças aprendem a ter responsabilidades com seus pais, talvez quando eles ainda são pequenos, não cumpram direito suas tarefas mas, tendo sempre o bom exemplo, um dia irão ser adultos responsáveis.


Continuo outro dia.


Um grande abraço desta mãe que se sente feliz em poder falar dos momentos felizes da vida do Vitor e em dar continuidade a história que ele não pode terminar de escrever.
Viviani."

Meus amigos, se quiserem, podem enviar um e-mail pessoal aos pais do Vitor, Viviani e Carlos, pois eles ficarăo muito felizes.

carlosalbertodoamaral@hotmail.com

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Uma mãe com "M" Maiúsculo

Me perguntaram por estes dias o motivo de estar postando uma história de um garoto que nem está entre nós num blogue de futebol. Este mesmo leitor sentia falta de minhas opiniões para este momento conturbado alviverde com troca de presidente, inimigos históricos tentando uma suposta aliança e outros conchavos. Prefiro fazer uma pausa sobre estes assuntos.

Além do garoto Vítor ser um palmeirense "roxo" como ele próprio diz, só este  motivo bastaria para estar postando, mas optei por estar publicando sua história e os depoimentos de seus pais, para mostrar que a vida não é só o dinheiro, o futebol ou a religião, é muito mais que isso. Por muitas vezes deixamos de privilegiar coisas que realmente faz sentido em nossas vidas. Peço mais uma vez a reflexão e vamos aprender um pouco mais com as histórias do garoto Vítor e sua família.

O próximo capítulo da história do Vítor será do dia que fez a radioterapia, mas antes de dar continuidade, Viviani, a mãe guerreira nos mandou mais um relato:


"Hoje nossa pequena Clara está completando nove meses de vida e ela mais a Vivian, nossas meninas Palmeirenses, são as responsáveis por termos forças para seguir em frente, pois a dor da saudade que sentimos do Vitor, penso ser insuperável e, este mês de outubro nos trazem muitas lembranças por ocasião de seu aniversário que é em 25 de outubro como já contei.



Quando penso que meu filho Vitor, se estivesse aqui, estaria prestes a completar seus 15 anos, meu Deus, eu seria a mãe mais feliz do mundo se aquela doença ingrata não o tivesse levado de nós tão cedo e de forma tão sofrida, se fosse para ele escolher o que teria em sua festa de aniversário, ele com certeza ia pedir churrasco e feijoada.


Vocês já pararam para pensar que o homem já inventou muitas coisas essenciais e outras nem tanto de um tempo para cá, como por exemplo: Computador, celular, TV digital, etc., só que a cura do câncer, ou pelo menos uma vacina contra esta doença, ainda não inventaram, seria bom se as crianças, quando nascessem, pudessem tomar para ficarem protegidas e imunes por esta doença. É pena que até agora o homem não tenha conseguido nada tão eficaz. Será que falta empenho ou mesmo interesse dos órgãos Públicos e Federais para destinarem mais recursos em pesquisas, não só aqui no Brasil como também no exterior?


Em minhas orações peço constantemente que apareça a cura para esta doença ou que apareça uma vacina que a extermine, ou seja, que faça esta doença desaparecer para sempre, se é que é possível. Pena que o leite materno que previne tantas doenças infecciosas não previna o câncer,pois eu amamentei o Vitor até ele completar 2 anos e 2 meses de idade.


Sou mãe de um filho guerreiro e, por isso, procuro ser guerreira também. Não gosto de levar tristeza as pessoas. Procuro viver minha vida da maneira que vivia quando o Vitor ainda estava aqui, por isso faço as coisas que ele gostava de fazer e, também as comidas que ele sempre gostou de comer.  Uma mãe com M maiúsculo jamais se esquece de um filho e nem das coisas que ele gostava.  Tenho certeza de que assim, esteja ele onde estiver, estará feliz por mim e, também deixo minhas filhas Vivian e Clara e as pessoas que me querem bem, felizes. Não me esqueço nenhum dia de meu filho Vitor, meu primeiro pensamento é para ele e, o ultimo pensamento do dia também.


Me lembro que ele desde que ficou doente, ele precisava de mim para sair de sua cama, então quando ele acordava ele me chamava e dizia essas palavras: “bom dia mãe! Bença mãe!Eu te amo mãe! “ e depois dizia que queria levantar   e quando eu o pegava no colo, ele sempre me dava um beijo bem demorado em meu rosto.Como sinto saudades dos seus beijinhos, tinha um beijo que apelidamos de “beijo de esquimó” que era quando encostávamos nariz com nariz, coisas de mãe e filho. Graças a Deus também tenho a Vivian a qual também me dá muito beijos e a Clarinha já está quase aprendendo também. A vida continua... e o amor que tenho pelos meus filhos: Vitor, Vivian e Clara é o que me move a seguir em frente, sempre procurando ser uma mãe cada dia melhor.


O Vitor assim como a Vivian e seus priminhos, sempre gostaram de chupar cana que seu avô Zé Lovison descascava para eles e, colocava em potinhos ou bacias para nos finais de semana eles chuparem e, assim era e ainda é.


Por ocasião, me lembro que quando o Vitor estava na UTI de Botucatu-SP, logo após ser operado e estar se recuperando, meu pai foi visitá-lo e levou cana para ele chupar. Algumas enfermeiras nem sabiam o que era cana e foram perguntar para o médico responsável pela UTI naquele dia, que estava de plantão, se poderia deixar o Vitor chupar a cana que seu avô levou. Sorte que o médico sabia o que era e deixou. O Vitor adorou e o vô Zé ficou feliz vendo seu netinho Vitor chupando a cana que ele com todo seu amor tinha descascado para uma ocasião tão triste e ao mesmo tempo feliz. Triste porque o Vitor estava ali num hospital, numa UTI sem poder se levantar e mexer suas perninhas, bem diferente de quando ele chupava a cana na casa de seu avô Zé e sua Vó Maria que, era entre uma brincadeira e outra e jogando futebol com seus priminhos. Ao mesmo tempo feliz porque ele resistiu àquela cirurgia tão arriscada e, estava vivo e podia chupar a cana que tanto gostava.


Tenho em meu coração a certeza que esta cana meu pai descascou com lágrimas nos olhos e com um aperto enorme em seu coração, embora tenha também a certeza que a alegria que meu pai sentia naquele momento, por saber que seu neto estava bem apesar de tudo e podia ainda chupar da cana que ele mesmo plantou em seu quintal, o deixou feliz. Só mesmo o vô Zé para ter tido esta idéia. Alguém conhece outra pessoa que levou cana em uma UTI pediátrica?


Para o pessoal da UNESP foi um fato inédito!


Minhas lembranças cheias de emoções afloraram neste momento. Vejam fotos de Vitor com seu avô Zé e vó Maria Luiza quando o Vitor tinha se recuperado da cirurgia e voltou a andar, mesmo com dificuldades, depois de ter feito a radioterapia e a quimioterapia oral. Nesta foto o Vitor aparece fazendo o que ele mais gostava de fazer e que o vô Zé sempre gostou, que é pescar.


Queria agradecer ao carinho dos leitores que estão seguindo a história do Vitor e a de minha família também, contada por ele e agora por nós.
Nem sempre é possível saber sobre qual fato vou relatar, pois depende muito do que sinto no dia, de minha inspiração e de minhas lembranças. Porém sinto que falo sobre o que o Vitor iria gostar que eu contasse, bem é isso. Obrigada!
Continuo no próximo capítulo.




Vou tentar escrever sobre o dia que descobri que o Vitor tinha um tumor de alto grau de malignidade, enquanto ele ainda estava na UTI.


Viviani, mãe do guerreiro Vitor Lovison do Amaral."


Meus amigos, se quiserem, podem enviar um e-mail pessoal aos pais do Vitor, Viviani e Carlos, pois eles ficarăo muito felizes.

carlosalbertodoamaral@hotmail.com

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A História de um Guerreiro de 12 anos - O dia da Cirurgia

Continuando a história do Vítor, um pequeno guerreiro de 12 anos contando o difícil dia de sua cirurgia. Apesar de estar lidando com algo novo em sua vida, perceba toda sua alegria e vivacidade. Mais abaixo teremos um depoimento de sua mãe sobre o dia da cirurgia e alguns dias que antecederam.

"O Dia da Minha Cirurgia - 29/04/07 - Domingo


No dia 28/04/07, num sábado, eu fui fazer uma ressonância magnética em Bauru, era minha primeira vez, eu fiquei com medo de levar a agulhada do contraste. Eu achei meio estranho o barulho da máquina, mas eu fiquei calmo porque minha tia Léia e meu pai estavam lá.


Minha mãe e meu tio Fábio estavam me esperando lá fora, dando forças. Depois do exame eu esperei uns 20 minutos e apareceu o resultado com uma médica japonesa. Ela disse que eu tinha um tumor, e fui direto para Botucatu aonde me internaram.


Já no outro dia me levaram para a cirurgia que durou 8 horas. É..., 8 horas mesmo! Foi uma cirurgia microscópica, e, depois disso eu consegui abrir o olho inteiro e eu vi meu pai, minha mãe e minha tia Vânia, e mais uma outra pessoa que ainda não sei quem era. Depois fui acordar só ás 6 da manhã. No outro dia não conseguia mexer as pernas e mal movimenta o pescoço, e o pior de tudo, não controlava minhas fezes. Foi difícil acostumar com aquelas enfermeiras, até bonitinhas, enfiando um tubo no meu pipi para eu fazer xixi, ai como dói aquilo.


Foi difícil comer aquela comida de hospital, eu estava acostumado com a comida da minha mãe. Depois de um tempo eu comecei a receber muitas visitas, como tia Vanda, tia Léia, tia Vânia, minha vovó, meu vovô, meu tio Zezito, minha tia Ana Lúcia e, meu tio Marcelo, mais conhecido como “Turco” etc.


Depois de certo tempo, a minha médica Lied me deu alta e eu vim embora para casa, que felicidade encontrar meus amigos e jogar vídeo game. Eu jogava ainda os PS 1, mais até que era legal, o PS 2 vem em outro capítulo.


Veio um monte de gente rezar e até orar, eu nem sou crente, olha o que fizeram eu passar..., que sacanagem fizeram comigo, eu nem podia sair correndo, dava vontade mais não conseguia, fazer o que pô, eu sou católico, será que não tava escrito na minha testa, vinha até gente falar para eu virar São Paulino e até um Corintiano, que absurdo! Eu sou Palmeirense roxo! Somos campeões não perdedores.


Bateu uma vontade de pescar, meu pai e minha mãe me levaram no pesque-pague e, peguei um peixe corintiano, por isso que o peixe tava com uma cara de tonto, ele era tão feio que nem deveriam cobrar aquele peixe com cara de idiota, por isso que era corintiano, mas deu pra divertir, além disso, não peguei só aquele peixe, peguei mais dois ”estes eram Palmeirense”, estes sim eram bonitos, estes eu podia pagar e,  assim, acabou a pescaria aquele dia.


Depois meu tio Fábio me convidou para um churrasco na casa dele, eu queria carne mal passada, que nós apelidamos de “aquela” e, assim, foi uma boa parte da minha vida.


Cerqueira César-SP, 29/04/2008.
Vitor Lovison do Amaral {12 anos}"

Depoimento de Viviani, mãe de Vítor:


"Relembrando...


No dia 28 de abril foi diagnosticado o tumor que o Vitor tinha, um tumor na medula, era num sábado e chegamos no Hospital da UNESP em Botucatu - SP a noitinha, eu fui para o quarto do hospital com meu filho Vitor e, logo em seguida vieram os médicos da neurocirurgia falar comigo.


Neste momento eu estava sozinha com o Vitor, estava neste quarto desde sexta-feira (27/04/2007), dia em que o Vitor foi hospitalizado pela 1ª vez.Neste quarto ficavam mais crianças também. Era um quarto tipo pré-atendimento, um lugar onde a gente ficou até descobrir o que o Vitor tinha. E então, como ia lhe dizendo, os médicos da neurocirurgia vieram me falar a respeito de como seria a cirurgia, do tempo que iria demorar do risco que o Vitor correria  e, também, de suas prováveis seqüelas. Meus Deus! Eu ouvi tudo aquilo de pé, isto mesmo, eu estava de pé, sozinha e passada com tudo o que estava acontecendo. Neste instante meu mundo desabou.


Vi a gravidade da doença e já temia a perda de meu filho. Não tinha outro jeito, diante dos fatos autorizei que fizessem a cirurgia a qual foi marcada para o dia 29/04/2007, num domingo, começaria pela manhã.


Como a vida nos prega cada peça!


Lembro que neste dia 29/04/2007 iria ter um churrasco da turma do futebol o qual o Carlos fazia parte, ele era o goleiro do time e o Vitor sempre o acompanhava nos jogos, sendo seu gandula. Neste dia os dois, o Vitor e o Carlos, iriam participar de um churrasco de confraternização com o pessoal do futebol. Tinha tudo para ser mais um final de semana feliz.


Me lembro também que, o Vitor estava esperando ansioso e feliz para o campeonato de pesca que iria ter no dia 01/05/2007 em nossa cidade, em comemoração ao Dia do Trabalho. Este campeonato sempre ocorreu em nossa cidade por conta desde 01/05 e, sempre levávamos as crianças e eles adoravam ver os peixes. Quem pescasse o peixe maior, menor, mais pesado e maior quantidade, recebiam troféus e presentes (vara de pesca, molinete, etc...). Também vendiam sorvetes, salgadinhos, churrasquinho e refrigerantes neste evento e, o Vitor adorava tudo isto. Coisas que crianças e adultos também gostam. Era um clima de muita festa, encontrávamos amigos e batíamos papo.


Por isso a preocupação do Vitor de ser operado naquele final de semana, pois ele iria perder o campeonato de pesca e, também, o churrasco com o pessoal do futebol.


Vitor estava medicado e por isso não tinha dores e apesar de tudo, ele estava tranqüilo e explicamos a ele sobre sua cirurgia com calma, mas lhe falando que tudo iria ficar bem e que ele ia estar dormindo e não sentiria nada e, assim que tirassem o tumor que estava em suas costas, ele não iria mais sentir dores. 


Antes do Vitor ser operado, ele estava perdendo os movimentos de sua  perna direita, quase não conseguia mais andar, por falta de equilíbrio. Foi o lado que o tumor começou a prejudicar a princípio, no começo de tudo.


No sábado dia 28/04, minha irmã Vanda que mora em Avaré-SP veio para Botucatu-SP junto com seu esposo Marcelo, meu cunhado de apelido “Turco”, assim que soube da gravidade da doença do Vitor e que ele seria operado. Ela veio para ficar comigo, naquela noite de sábado, antes da cirurgia. Na primeira noite que o Vitor ficou hospitalizado, em 27/04, fui eu quem dormiu com ele. Lá as mães e os pais que ficam com seus filhos, dormem sentados em cadeiras em péssimas condições (quebradas). Fico revoltada em saber que os deputados e senadores usufruem de melhor conforto do que os pais que estão com seus filhos nos leitos dos hospitais. 


Também neste mesmo dia (28/04), o Carlos foi quem dormiu com o Vitor no Hospital e no dia seguinte, pela manhã, eles foram colocados em um quarto na enfermaria da pediatria com outras crianças que estavam lá internadas. Eu e minha irmã Vanda, tínhamos ido dormir na  casa de  minha prima de 2º grau, na casa da Vera e do Wanderley, os quais o Vitor chama carinhosamente em sua historinha de  “mãezinha” e “Luxemburgo”, apelidos que o Vitor colocou carinhosamente e merecidamente neles, pois a Vera era uma mãe para nós e, o Wanderley se parece com o Luxemburgo que na época era técnico do Palmeiras. Eles nos ajudaram muito neste e em outras épocas, pois ficamos na casa deles por várias vezes quando o Vitor era hospitalizado, porque no Hospital da UNESP só podia dormir uma pessoa com o Vitor, então quando o Carlos dormia no hospital, eu ficava na casa deles e vice-versa.


Vera (mãezinha), Vítor e Wanderley (Luxemburgo)


A Vera (mãezinha) e suas irmãs Vilma e Vanda (irmã da Vera) , perderam sua mãe com câncer, minha tia Lola (tia de 2º grau). Por isso elas sabiam o que eu e o Carlos estávamos passando, elas nos deram muita força durante o período da doença do nosso guerreiro Vitor.


Quando cheguei ao hospital, na manhã do dia 29/04/2007, o Carlos já havia dado banho no Vitor e já tinha vestido ele com a roupa que iria para o centro cirúrgico.


Vendo meu filho com seu lindo cabelinho preto molhado e com um sorriso nos lábios e o Carlos ao seu lado, senti uma emoção muito forte que, só meu coração de mãe pode descrever, olhei-os e diante do risco que sabia que meu filho correria naquela cirurgia que iria se realizar, pedi a Deus que o protegesse e que não o levasse de mim.


Não queria me lembrar deste dia e daquela cena. Pai e filho juntos naquele quarto de hospital, num domingo que tinha tudo para eles estarem se divertindo no churrasco do pessoal do futebol. Neste momento que escrevo meus olhos se encheram de lágrimas e a saudade de meu filho se tornou mais forte e o amor que sinto pelo Carlos, meu esposo e pai dos meus filhos, se tornou mais forte também,  pois com todo amor e carinho, ele cuidou  e me ajudou a cuidar do Vitor em todos os momentos de sua vida. 


Nossa família, meu pai e minha mãe, a mãe do Carlos, a Geni tia do Carlos,  mais a irmã do Carlos, a Ana Lúcia e seu esposo Marcel, minha irmã Vânia e meu cunhado Beto, mais minha irmã Vanda e meu cunhado Marcelo, a Vera(mãezinha) e o Wanderley(Luxemburgo) e, a nossa filhinha Vivian, estavam todos conosco na sala de espera da UTI enquanto o Vitor estava sendo operado naquele dia tão difícil para todos nós e que mudou todos os nossos sonhos que tínhamos para o Vitor. Tenho certeza que Jesus também estava presente em nossas vidas naquele momento tão difícil, senão não teríamos sidos todos tão fortes. Durante a cirurgia, a cada uma hora, eles nos traziam noticiais de como estava nosso filho e, se a cirurgia estava transcorrendo bem. A cirurgia durou oito horas e, quando terminou, me lembro que o médico cirurgião veio falar comigo e com o Carlos e, neste momento, todos nossos familiares acima citados estavam conosco, inclusive nossa filha Vivian. Ele disse que tinham conseguido tirar 98% do tumor, mas que nós voltaríamos para casa com um bebê, usando fraldas e sem poder andar, ele também falou que ia depender muito da recuperação do Vitor e que isto ele não podia prever, somente com o passar do tempo para se ter certeza se o Vitor iria se recuperar ou não, isto é, voltar a andar. Ouvimos atentamente suas observações, com lágrimas nos olhos. Para nós andar seria o de menos, mas é lógico que não foi fácil para todos nós ouvirmos aquelas palavras vinda de um médico a respeito de nosso filho que já estava se tornando um homenzinho que adorava correr, andar de bicicleta, subir em árvores e principalmente jogar futebol, pois ainda não sabíamos se aquele tumor que havia sido retirado era benigno ou maligno e, se poderia voltar novamente. Conclusão: O pior estava por vir e, eu e o Carlos, não sabíamos ainda a gravidade da doença de nosso filho querido e amado Vitor. 


Obs I:  Peço desculpas se me esqueci de alguém que estava com a gente naquele dia da cirurgia do Vitor. Confesso que não me lembro muito bem daquele dia, pois estava muito nervosa com tudo o que estava se passando e, também, deram calmante para eu e o Carlos  tomarmos.


Obs II:  Quem não pôde estar com a gente lá em Botucatu-SP, ficou rezando e torcendo para que tudo desse certo com o Vitor durante e depois da cirurgia.


Continuo no próximo capítulo.


Viviani."


Meus amigos, se quiserem, podem enviar um e-mail pessoal aos pais do Vitor, Viviani e Carlos, pois eles ficarăo muito felizes.

carlosalbertodoamaral@hotmail.com


Os grifos no texto de Vítor e de sua mãe é de responsabilidade deste blogueiro.

sábado, 16 de outubro de 2010

Fotos e Relatos

Hoje farei uma pausa na história de nosso guerreiro.

Antes de dar continuidade na história do Vítor, achei pertinente postar mais depoimentos de sua mãe, falando de quando ainda era um bebê, e o período pré-doença.

Peço que leiam todo o texto da Viviane e façam uma reflexão que este blogueiro fez, que é a que devemos amar a todo instante todos que estão nos rodeando, pais, filhos, parentes queridos e amigos. Infelizmente não sabemos o dia de amanhã. Pode ser tarde e não saberemos.


"Como havia contado anteriormente, o Vitor quando nasceu foi direto para o bercinho aquecido, pois ele estava com dificuldade para respirar, havia engolido um pouco da sujeirinha durante o trabalho de parto. Ele ficou com sua testinha um pouco roxa ao nascer, mas graças a Deus ele ficou bem e viemos para casa e o Vitor crescia com muita saúde. Ele era um bebê tranqüilo e muito feliz. Vitor mamou no peito até dois anos e dois meses de idade. Quando o Vitor nasceu eu parei de trabalhar fora, pois eu trabalhava de fotógrafa e como era empregada não ganhava muito. Então não compensava continuar trabalhando e também eu mesmo queria cuidar do Vitor. Eu mesma fazia sua papinha e cuidava dele em tempo integral com a ajuda do Carlos que sempre foi um super pai, muito presente e participativo. Mesmo assim continuei  a tirar fotos de alguns eventos, trabalhava por conta e então o Carlos era quem olhava o Vitor para eu sair fotografar. 


Ironia do destino, eu sempre tirei muitas fotos dos meus filhos. Registrava tudo, tudo mesmo. Cada momento, cada sorriso e até seus machucados.


Ah! Eu conheci o pai do Vitor, meu esposo numa cerimônia religiosa enquanto eu fotografava um casamento o qual ele foi convidado. Tenho certeza que foi Deus que nos uniu para trazer ao mundo nosso filho Vitor, um espírito de muita luz e muita sabedoria.


Eu sabia que o Carlos seria um bom pai, pois ele gostava muito de crianças e brincava muito com meus sobrinhos. O Carlos ganhou até o apelido de “Tio Bichão”  por causa dos bichos que imitava brincando na piscina, com as crianças pequenas da família, na época em que namorávamos. O Carlos sempre foi e é um super pai.


Bom, outro dia em conto mais sobre nós e nosso começo de vida a três, ou seja, eu, o Carlos e o Vitor. Afinal tenho certeza que este realmente é um tempo que o Vitor gostaria muito de reviver, um tempo que ele tinha muita saúde, corria, brincava, jogava bola e era muito feliz. Quem não quer reviver algo tão bom, não é mesmo! E confesso, sinto mais alegria em escrever sobre este tempo que nos foi e ainda nos é tão precioso. Dizem que recordar é viver, então eu vivo, ele vive, Certo!


Beijos nos corações. Viviani!"



O ano de 2007, antes da doença do Vitor!

"Vamos lá,...


O ano de 2007 tinha tudo para ser um ano cheio de alegrias e realizações.



Férias, janeiro de 2007 levamos as crianças para passear em Bauru-SP, fomos ao shopping e zoológico pela primeira vez. Chovia muito e a viagem em si foi uma aventura. Nesta época tínhamos um fusquinha verde e durante a viagem entrava água dentro dele e o Vitor e a Vivian tinham que ir com os pés em cima do banco do carro para não se molharem, sem contar que o Carlos errou o caminho e por isso a viagem ficou mais longa.


Levamos as crianças ao McDonald´s e ao Habib’s. Fomos ao cinema juntos pela primeira vez e assistimos o filme “Por água abaixo”, demos boas risadas. O Vitor estava já com seus 11 anos e a Vivian prestes a completar seus 8 aninhos em fevereiro de 2007.


Em 2007 foi o ano em que estávamos melhor financeiramente.


Desde 2005 eu comecei a vender lingerie, mas eu era comissionada, então resolvi que já era hora de me tornar independente e é por isso que também fomos a Bauru-SP neste dia para que eu fizesse minha 1ª compra de lingerie da marca Provence, neste dia o Vitor e a Vivian também estavam comigo. Sei que voltamos de Bauru-SP bem a noitinha e o Vitor e a Vivian dormiram no banco de trás do fusquinha. Eu e o Carlos olhamos um para o outro e sentimos emocionados por vê-los tão felizes, embora estivessem cansados.Naquele momento olhando para os nossos filhos, sentíamos muito abençoados por Deus e, sabíamos o quanto éramos felizes.


Realmente aquele dia foi muito especial para eles e principalmente para nós pais, por poder proporcionar a eles esta viagem.




O Vitor e a Vivian também brincaram muito no parquinho do shopping e eu para variar tirei muitas fotos deste dia inesquecível.


2007 também foi o ano que o Vitor e a Vivian foram para São Paulo  – SP na casa de seus primos Daniel e Ana Amélia e, de lá, eles foram para Santos-SP conhecer a praia pela 1ª vez.


Também foi a primeira vez que eu e o Carlos ficamos longe das crianças.


Minha irmã Vânia, ou melhor, a tia Vânia mora em São Paulo-SP, ela é médica pediatra, foi ela quem ficou com o Vitor na UTI na 1ª noite, depois que ele saiu da cirurgia. Quando ele acordou da anestesia ele pediu uma Coca-Cola, mas ele ainda não podia beber nada.


Bem, quando as crianças me ligaram dizendo que estavam na praia, eu e o Carlos ficamos emocionados e gratos à minha irmã Vânia, ao meu cunhado Beto e aos meus sobrinhos Aninha e Daniel, por proporcionar aos nossos filhos aquele momento tão especial e feliz. Pena não estarmos lá para vermos suas carinhas de felicidade.              


(Palavras do blogueiro: Escrever este post na hora do almoço vendo este prato é pura maldade...rsssss)


Voltaram para casa cheios de fotos e presentes para nós. Trouxeram também areia e conchinhas da praia de Santos – SP.


Foi sem dúvida mais uma viagem inesquecível para eles, é só ver as fotos que a gente não tem dúvidas disto.


Em 2007 o Vitor estava fazendo a 6ª série do primeiro grau, na Escola Professor José Leite Pinheiro e era muito querido pelas professoras, em especial pela Professora de Português chamada Benedita.


Vitor estava tendo um pouco de dificuldade com sua letra, ele sempre falava que a letra dele era feia e a professora pedia que ele melhorasse. Não sei ao certo, talvez já fosse reflexo de sua doença. 


Um dia quando fui buscar o Vitor na escola e dei carona para seu amigo Wesley, o Vitor reclamou que o professor de Educação física deu um exercício muito difícil e que doeu suas costas e, então, o Wesley disse que ele também sentiu dores. Esta foi a primeira vez que me lembro do Vitor se queixar de dores nas costas. Me lembro que disse ao Vitor que da próxima vez que o professor mandasse fazer este exercício, ele não fizesse, explicando o porque.  Então somente depois quando o Vitor começou a reclamar novamente, passado alguns dias, foi que o levamos ao médico e, como vocês poderão ler em sua historinha, foi somente através da ressonancia magnática que foi descoberto que ele tinha um tumor. Então era o tumor que o Vitor tinha que causava as dores, o tumor devia estar crescendo e comprimindo sua medula. Nunca poderiamos imaginar algo tão grave! 


Como uma mãe como eu tão zelosa não percebi antes! Até hoje me faço esta pergunta.


Segundo minha irmã Léia, se nós tivéssemos descoberto antes o tumor do Vitor, isto é, antes dele começar a ter dor, o Vitor só teria sofrido mais.


O Vitor estava magrinho, mas como ele sempre foi magro e eu e o Carlos quando crianças também, achamos normal.


O Vitor se alimentava bem para a idade dele. Pelo menos eu achava. Ele sempre gostou de frutas e sua verdura preferida era alface. Quando pequeno, mais ou menos quando tinha 1 ano e meio, ele comia até quiabo.


Sempre tivemos em casa muitas frutas e verduras. Aliás nossa horta feita pelo Carlos foi uma condição imposta pelo Vitor quando mudamos para nossa casa própria em 1999. O Vitor disse que só se mudaria se seu pai fizesse uma horta no quintal da nossa casa nova e é claro, que o Carlos fez e, a nossa horta existe até hoje. O Vitor tinha somente 4 anos quando fez este pedido.


Nossas verduras sempre foram plantadas sem agrotóxicos, ou seja, verduras orgânicas.


Teve uma época que tínhamos bastante verdura e era comum o Vitor com sua bicicletinha verde sair vendendo alface para a vizinhança, sua irmã Vivian também o ajudava. O dinheirinho era dividido para eles ou colocado em nosso cofrinho. Tempo felizes!





Continuarei outro dia.


Sinto que devo escrever sobre nossa vida, sobre o Vitor principalmente e, o tempo em que ele esteve com a gente e tinha muita saúde.


Fiquem com Deus


Com carinho!


Viviani, mãe do Vitor.


Cerqueira César-SP, 15 de outubro de 2010."


Meus amigos, se quiserem, podem enviar um e-mail pessoal aos pais do Vitor, Viviani e Carlos, pois eles ficarăo muito felizes.

 carlosalbertodoamaral@hotmail.com



quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A História de um Guerreiro de 12 anos - O começo de Tudo

Desde que decidi publicar a história de Vítor, achei que deveria sempre colocar seu texto em primeiro para em seguida os depoimentos de seus pais. Mas hoje peço licença ao nosso guerreiro para postar primeiramente o depoimento de sua mãe, Viviani que nos enviou um texto emocionante.

Antes de ver pela ótica do Vítor o início dos males que o levou ao fim de seu corpo físico, vale a pena ler pelas palavras de sua mãe o verdadeiro início, quando ela soube da gravidez e mais outros detalhes.


"Essa quem lhe escreve é a mãe do pequeno grande guerreiro Vitor.


Hoje acordei com o pensamento cheio de lembranças de meu querido, amado e inesquecível filho. Mas antes de falar mais sobre ele, achei que deveria contar-lhes um pouco de mim e de como o Vitor chegou em nossas vidas, isto é, de seu nascimento, pois este mês é o mês do aniversário deste grande guerreiro que, se estivesse aqui, estaria completando seus quinze anos de vida. Por isso achei que deveria falar sobre sua vinda para este mundo.


Na época eu tinha vinte e três anos e o Carlos trinta e três, nós namorávamos há apenas dois anos, mas estávamos muito apaixonados, sempre falávamos em ter filhos e o desejo do Carlos era ser pai. Apesar do Vitor não ter sido planejado, foi um filho que nós dois queríamos muito ter e o amamos desde o exato momento que descobrimos que eu estava grávida em 17 de março de 1995. Sem contar que, no dia 03 de março, eu já havia feito um exame e tinha dado negativo e então ficamos muito triste e, depois de 14 dias que repeti o exame, pois o Carlos me pediu que fizesse um exame de sangue, só então foi confirmada a gravidez para nossa alegria.  Neste mesmo ano, no dia 03 de junho de 95, nos casamos e o Vitor já estava com a gente, tive uma gravidez tranqüila e preparamos tudo com muito amor e carinho para sua chegada, morávamos numa casa de aluguel que só tinha um quarto e então o bercinho do Vitor era do lado de nossa cama e ele dormia pertinho de mim. Ah! Que saudade!


Bem, então como era meu primeiro filho, decidi que iria esperar para ver se o Vitor nasceria de parto normal. Chegando o mês de outubro já estava tudo pronto para a chegada do Vitor. Um mês muito bonito particularmente para mim, pois é o mês de Nossa Senhora Aparecida, o qual  eu e meu esposo somos devotos e, coincidência ou não, o Vitor sempre gostou muito de Nossa Senhora e, sempre estava colocando suas fitinhas no braço e fazia seus pedidos, principalmente no período de sua doença, é também o mês do dia das crianças e  o aniversário de nossa cidade chamada Cerqueira César-SP.


Na verdade, o Vitor estava previsto para nascer no mês de novembro, pelas contas do meu médico, mas o Vitor adiantou quinze dias. Me lembro que comecei sentir-me mal uns quatro dias antes dele nascer, fui para o Hospital de Avaré-SP e até me prepararam para fazer o parto, mas ainda não era a hora e o médico me mandou de volta para casa e disse que era para eu prestar atenção aos movimentos do meu bebê, ou seja, do Vitor. Eu e o Carlos ficamos muito preocupados e, então, eu colocava um palhacinho que tocava musiquinha em cima da minha barriga para que o Vitor ouvisse e assim ele mexia e nós nos acalmávamos.




No dia 24 de outubro, passei por consulta médica e, então, foi colhido o líquido da placenta o que indicou que estava na hora do Vitor nascer. Fui internada para ganhar o Vitor de parto normal, mas eu não estava tendo dilatação e, o Vitor e eu começamos a sofrer, então a cesariana teve que ser de emergência e foi assim que o Vitor nasceu no dia 25 de outubro de 1995, às 03h15min, pesando 2.950 gramas e com 46 centímetros. Nem pude ver ele direito pois ele teve que ir rápido para o bercinho aquecido. Quase o perdi no dia que ele nasceu, mas sua missão ainda era um pouco maior e eu tive a benção de ter meu filho comigo por 12 anos e 11 meses. E é por isso que hoje vocês estão tendo a oportunidade de ler sobre meu filho Vitor, porque ele nasceu, viveu, foi muito amado, feliz, muito amou  e muitas alegrias no deu, mas infelizmente sofreu com sua doença, a qual o levou tão cedo de nós, mas ele muito nos ensinou e uma grande lição de vida a todos deixou.


Um detalhe muito especial foi que quando soubemos pela ultrassonografia de que iríamos ter um menininho foi que o Carlos, mesmo antes do Vitor nascer, comprou para ele a camiseta oficial do Palmeiras. A camisetinha do Verdão ficava dentro do bercinho do Vitor a espera do pequeno Palmeirense. Vitor tem muitas fotos com este camiseta que foi a primeira camiseta que ele vestiu. Sua irmã Vivian também já usou a mesma camiseta e, até a Clarinha que nasceu em 19 de janeiro deste ano, pode também vestir a mesma camiseta que seu  irmão Vitor ganhou de seu pai, há quinze anos atrás. 




Vou enviar fotos dele e de suas irmãs, com a mesma camiseta, assim que possível.


Como pode ver, Vitor já nasceu Palmeirense e suas irmãs também.


Com todo o meu amor e carinho de mãe, escrevi estas palavras com o coração cheio de afeto e saudades, de um tempo que nos foi tão especial e que, nem mesmo a distância e a morte do corpo físico de meu filho, (porque acredito que o espírito dele está vivo, esteja onde estiver, estará sempre ao meu lado para me dar forças a continuar a minha missão de mãe), poderá apagar ou fazer-nos esquecer do imenso amor que sentimos um pelo outro.


Foi com o Vitor que me tornei mãe pela 1ª vez e, foi com ele que aprendi a ser mãe e, tenho certeza que fiz o melhor que pude, sempre procurei passar bons princípios e valores para ele, ensinando a respeitar desde pequeno os animais, os mais velhos, etc... tendo sempre respeito pela vida. Éramos felizes com coisas simples, como brincar em um parquinho, ir a prainha, tomar café e almoçar na casa da vó Maria e brincar com seus primos no quintal da casa de sua avó e vô Zé e, também de ir de pescar com seu pai e avô Zé.
                       
Também, sempre rezávamos  juntos antes de dormir, uma oração para o anjo da guarda dele.


Sou Viviani, filha, esposa, mãe amorosa e dedicada e é claro Palmeirense!


Obs: outro dia escreverei mais.


Cerqueira César-SP, 14 de outubro de 2010."

Emocionante, para dizer o mínimo, mas agora vamos para a continuação do texto de nosso guerreiro.

"O Começo de Tudo

No dia 25/04/07 eu fui para Escola, até o recreio estava tudo normal, chegou as duas últimas aulas de história, a aula que eu mais gosto, com minha professora Neiva, eu já comecei sentir algo de estranho nas minhas pernas, eu pensei que fosse cansaço.

E voltando para minha casa, eu fui brincando que eu era um bêbado, porque eu ia tropeçando em qualquer coisa. Então decidi passar na casa da minha avó e de meu avô, minha avó pegou um aparelho de fazer massagem e passou nas minhas costas pra ver se melhorava a dor, depois disso aproveitei que meu primo Renatinho estava na minha vovó e joguei bola com ele, mesmo estando com as pernas bêbadas consegui jogar, até ganhei, mas levei uns “frangos”.

Depois paramos de jogar bola e fomos jogar um jogo de tabuleiro, depois minha mãe me levou para o hospital, para o doutor me ver e tentar descobrir o que seria a dor. O nome dele era Doutor Carlos, ele falou que era dor muscular, além disso, lá eu vi um homem que se engasgou com um osso de porco e, precisava fazer uma cirurgia para tirar, me deu calafrios de ver aquilo, depois fui embora.

Dormi, acordei no outro dia com as pernas muito bambas, quase caindo e cansando muito para andar. Minha mãe ligou para tia Léia e combinaram de me levar para o hospital de Avaré para os médicos me verem. No hospital, titia Léia teve que me levar no colo até lá no hospital, o médico deu umas marteladas no meu joelho, para ver o meu reflexo. Ele me encaminhou para uma Clínica que não deu muito certo, estava cheia.

Daí me levaram para uma outra Clínica particular, o doutor me viu andando e, de cara falou que tinha algo comprimindo a minha medula e, poderia ser uma hérnia de disco. Minha mãe ficou muitíssima preocupada comigo, já ligou para tia Vânia, para sua mãe e para todo mundo dando a notícia, daí o doutor já pediu uma ressonância magnética de situação de emergência para o outro dia; então eu faria a ressonância magnética.

Voltei para casa e tomei um banho, comecei a receber visitas de tios e avós; depois comi uma comida muito boa que minha mãe preparou para mim. Fui dormir, acordei a noite com dor nas costas, não podíamos fazer nada para melhorar, só no outro dia eles me levariam  para Botucatu, fazer a ressonância magnética para ver o que ia dar; foi difícil dormir, mas consegui. No outro dia, acordei sem conseguir andar direito; mamãe e papai ficaram desesperados comigo, então, fomos eu, tio Zezito, papai e mamãe para Botucatu, bem cedinho, para ser consultado pelos médicos de lá.

Cerqueira César - SP, 01/05/2008.
Vitor Lovison do Amaral {12 anos}"




Meus amigos, se quiserem, podem enviar um e-mail pessoal aos pais do Vitor, Viviani e Carlos, pois eles ficarăo muito felizes.

 carlosalbertodoamaral@hotmail.com