Vítor com suas primas Ana e Corina |
"Eu, em Sorocaba, Fazendo Radioterapia
Eu fui para Sorocaba fazer radioterapia, comecei a fazer no dia 23/05/07, foi a minha primeira consulta, eu fui com minha mãe, meu pai e minha tia Cris e, estava chovendo na Avenida Washington Luiz onde fica a clínica Nucleon, local onde eu ia fazer 28 sessões.
No primeiro dia eu, meu pai e minha mãe dormimos no apartamento da tia Cris. Eu fiquei feliz por estar ao lado dos meus primos Renatinho e Rodrigo, e de meus tios Almyr e Cristina por poder matar a saudade.
Vitor com seu primos Renatinho e Rodrigo e seu amigo Vinicius |
No outro dia, depois da rádio, meu pai nos levou para passear, para sair um pouco do apartamento, então eu conheci uns amigos do “Nato”, e conheci também um barzinho que tinha lá embaixo do apartamento, depois disso, nós fomos lá na rua comprar cartão telefônico para poder falar com mamãe, e também comprar um jornal de esportes para papai ler. Então tia Cris nos chamou para tomar café da tarde, depois eu e “Nato” jogamos vídeo game. “Digo” chegou a tarde e eles foram treinar bola na quadra do apartamento e após, fomos dormir.
No outro dia, depois da rádio, meu pai foi procurar o setor de fisioterapia no Hospital de Sorocaba para mim e lá, esperamos mais ou menos duas horas para sermos atendidos e, então, as sessões ficaram assim: as 2ª, 4ª, e 6ª feiras, e começavam as 02:00 horas da tarde e terminavam as 06:00 horas.
Os fisioterapeutas se chamavam Maikon e Viviane. Eles judiavam muito de mim com os exercícios, eu chegava na casa da tia Cris esgotado, mais depois que eu saía da fisioterapia, meu pai sempre comprava um sorvetinho para mim.
No outro dia, depois da rádio, meu pai me levou para eu ver os preços do vídeo game PS2 que ia dar-me de presente de aniversário adiantado. No outro dia, ele me levou de novo na mesma loja e compramos o PS2, que foi meu presente de aniversário e, após, aproveitamos e fomos passear no Mercadão, lá vendiam um monte de coisas legais, como moedas antigas, notas antigas, frutas, feijão, arroz..., tudo que possa pensar. Do lado de fora, ficavam pessoas vendendo e trocando coisas, do tipo: eu troco esse meu relógio pelo seu, meu telefone pelo seu ventilador, e assim por diante. Após, voltamos para o apartamento da tia Cris com PS2 e instalamos na televisão do quarto do “Nato” e “Digo”.
No começo eu me empolguei com o vídeo game e esqueci que o “Nato” estava ao meu lado e queria jogar também, daí a tia Cris me deu uma bronca, então eu coloquei um jogo que dava para nós dois jogarmos ao mesmo tempo. Rodrigo chegou, daí eu coloquei um jogo que nós três gostávamos, e jogamos a noite inteira. Ficamos com vontade de não parar mais de jogar, não queríamos mais parar, mais paramos e fomos dormir.
No outro dia eu tive uma surpresa na rádio, pois a enfermeira disse que tinha uma loja na cidade, ela viu que eu gostava muito de boné e me deu o endereço de sua loja, e falou para eu ir lá e pegar um boné de presente, não importava o preço, podia ser do mais caro, do mais bonito. Então eu peguei um azul escuro, bem bonito e fui embora para casa da titia Cris, Na chegada tomei um banho e fui jogar vídeo game com meus primos. Comemos e depois, a noite, vimos a série Lost, sua 3ª temporada e no final, meu primo “Nato” que estava dormindo na sala, foi levado pelo tio Almyr para sua cama, e dormindo ele foi falando: “pára pai, pára pai...” foi muito engraçado e, em seguida, fomos dormir.
No outro dia, depois da rádio e da fisioterapia, eu só fiquei jogando vídeo game e, a noite, nós fomos assistir de novo a série Lost e, de novo, no final, meu primo “Nato” dormiu e quando o tio Almyr levou ele para cama, ele dizia assim: “quero frango, quero frango”, foi demais. Depois dessa vez, ele não fez mais isso. No outro dia, meu pai levou eu, “Nato” e a tia Cris no Supermercado Carrefour fazer compras.
Cerqueira César - SP, 30/04/2008.
Vitor Lovison do Amaral {12 anos}"
Depoimentos de sua mãe e um pequeno trecho do diário da Vivian:
"Hoje vou falar um pouco de como foi difícil a época em que o Vitor e o Carlos ficaram em Sorocaba-SP.
O Vitor precisava fazer sessões de radioterapia e a Dra Lied nos encaminhou para a cidade de Sorocaba-SP, por lá ser um lugar melhor para este tipo de tratamento.
Vítor com os tios Cristina e Almyr |
Tempo de provações. A gente com o filho doente e sem poder andar, com aquela doença ingrata e impiedosa e o mundo desabando ao nosso redor, por dentro e por fora.
Juro que não sei como agüentamos tantas dificuldades de uma só vez. Mas para frente vou relatar porque acabei de lhes dizer isto, mas as pessoas que acompanharam toda trajetória de nossa luta e de nosso filho, entendem o que digo.
Nestes momentos é que acredito que as orações que fazíamos é que nos mantínhamos de pé e firmes em fazer tudo que fosse preciso para que nosso filho fosse curado. Nesta época eu acreditava que existia uma possibilidade de cura.
Quantas vezes entrei sozinha nos consultórios do hospital da UNESP para falar com os médicos que cuidavam do Vitor e, com a Dra. Lied, a oncologista responsável pela quimioterapia infantil. Ouvia desde o início tudo que uma mãe que ama, jamais sonha em ouvir a respeito de um filho que é tão querido e amado e, para o qual sonha com que há de melhor para ele.
O Carlos ficava com o Vitor do lado de fora depois que ele era consultado para distraí-lo e, então, eu conversava com os médicos da neurocirurgia e com a Dra. Lied, a qual o Vitor tinha muito carinho e nós também.
Bem..., voltando a falar do período que o Vitor fez radioterapia.
Minha irmã Cristina (a tia aspirina) e meu cunhado Almyr, moram em Sorocaba-SP em um apartamento no 3º andar e não possui elevador. O Carlos subia e descia com o Vitor no colo três andares, as vezes seis vezes ao dia, porque de manhã levava o Vitor na Radioterapia, na Clínica Nucleon e, a tarde, na fisioterapia do Hospital de Sorocaba-SP, sem contar que o Vitor gostava de descer para ver seus primos jogarem futebol na quadra do prédio. Não consigo nem imaginar o tamanho da força que Deus deu ao Carlos e ao Vitor nesta época.
Numa certa vez quando o Carlos estava subindo com o Vitor, ele acabou tropeçando e caiu com o Vitor no colo, mas graças a Deus o Vitor caiu em cima do Carlos e não se machucou e nem o Carlos.
Neste período eu estava em Cerqueira César-SP com a Vivian. Precisava estar ao lado da Vivian também, pois ela sentia muito a nossa falta, principalmente de mim, sua mãe.
Também cuidei para que ela fosse a escola e não perdesse o ano letivo, pois ela estava fazendo a 3ª série na Escola Avelino Pereira.
Vítor, Carlos (pai), Vivian e amiguinha Roberta |
Vítor com Vinícius, seu melhor amigo |
“Comunicado
De: Vivian
Para: Mamãe e papai.
Assunto: Meus pais é demais.
Mamãe e papai, no momento em que a gente está passando é difícil, sempre com lágrimas nos olhos ou um sorriso no rosto.
Mas sempre vamos ter fé em Deus e nunca desista. Deus está olhando em nossa família.
Principalmente no Vitor, na vó e o vô e eu tenho fé que Deus vai mandar um milagre pra gente.
Vivian
Assinatura”
Obs:- O Carlos somente corrigiu três errinhos de português dela. (pasando,senpre e soriso)
Enquanto a Vivian estava na escola no período da tarde, eu tirava forças para continuar vendendo as lingeries e, assim, me distraia um pouco para que o tempo passasse mais rápido e aqueles dias intermináveis sem o Vitor e o Carlos acabassem logo. Foi a primeira que em 12 anos de casados, fiquei longe do Carlos também.
Nesta época nós tínhamos um cachorro, o Beethoven, que está com a gente até hoje, o Vitor ganhou da tia Lúcia e sempre gostou de jogar bola com ele. Vitor e Beethoven tinham um carinho muito grande um pelo outro, quando o Vitor estava na cadeira de rodas e eu abria a porta da sala e, o Beethoven que era e é obediente não entrava, então o Vitor se aproximava da porta e ele colocava sua cabeça perto do Vitor para ser acariciado. Era emocionante! Só que o Beethoven é o cachorro do Vitor, da Vivian e agora também da Clarinha.Também tínhamos o Fred, um hamster marrom , ou seja, um rato de estimação que as crianças ganharam de sua prima Aninha.
O Vitor adorava o Fred. Ele e o Vinícius, seu melhor amigo de infância, sempre faziam casinhas com bloquinhos de madeira pelo chão da sala para brincar com o Fred. Lembro que o Vitor e a Vivian ganharam o Fred em janeiro de 2007 assim que chegaram da viagem que fizeram a São Paulo-SP. Depois eles juntaram o dinheiro que tinham para comprar uma gaiola com rodinha dentro para o Fred, pois o Vitor e a Vivian recebiam mesada todo mês no valor de R$10,00 cada. Esta mesada foi a maneira que o Carlos encontrou para as crianças pararem de chupar o dedo e largarem de seus cheirinhos (o Vitor chupava o dedo da mão direita com uma fraldinha e, a Vivian também chupava o dedo da mão direita com uma cobertinha). As crianças levaram a proposta do Carlos a sério, só que no começo, quando eles estavam dormindo, eles automaticamente esqueciam e chupavam o dedo, quando eu levantava de madrugada para cobri-los, eu via mas não tirava o dedo deles da boca, pois tinha dó.
No dia seguinte o Carlos me perguntava se eles estavam chupando o dedo enquanto dormiam e eu, mentia dizendo que não. Mas foi esta tática do Carlos de dar a mesada, que deu certo, em pouco tempo eles não chupavam mais seus dedos. Tenho a fraldinha do Vitor e o cheirinho da Vivian que é um pedaço do que sobrou de sua cobertinha, guardados até hoje. A Vivian recebe sua mesada até hoje, mais a do Vitor, depois que ele partiu.
Detalhe:- As crianças compraram o Fred escondido de nós e, esconderam ele no barracão da casa do vô Zé, mas minha mãe acabou contanto para o Carlos e depois para mim que fomos conhecer o mais novo membro de nossa família, o qual nos deu grande alegria e “trabalho”. Vendo que estavam tão felizes, nós não ficamos zangados com eles, mas só advertimos que eles iriam ter que ajudar a cuidar também.
Vítor, Vivian e Fred |
O Fred partiu em janeiro de 2009. Nós sentimos muito e a Vivian chorou. Me lembro que íamos viajar para Aparecida do Norte neste dia.
Depois que o Vitor foi operado, nós compramos para ele alguns peixinhos e ele gostou de um em especial e, a tia Léia deu-lhe de presente. Chegamos em casa e o Carlos montou o aquário para ele na sala, de frente para o sofá onde ele ficava deitado. Pena que alguns dias depois, os peixinhos morreram porque estava muito frio e não tínhamos aquecedor de aquário. Vitor sempre adorou peixes, desde pequeno.
Vítor com sua mãe Viviani no Hotel Lagoa |
O Vitor mesmo estando sem poder andar, fazia questão de tratar dos peixes e do Fred com a ajuda de sua irmã Vivian. Penso que as crianças aprendem a ter responsabilidades com seus pais, talvez quando eles ainda são pequenos, não cumpram direito suas tarefas mas, tendo sempre o bom exemplo, um dia irão ser adultos responsáveis.
Continuo outro dia.
Um grande abraço desta mãe que se sente feliz em poder falar dos momentos felizes da vida do Vitor e em dar continuidade a história que ele não pode terminar de escrever.
Viviani."
Meus amigos, se quiserem, podem enviar um e-mail pessoal aos pais do Vitor, Viviani e Carlos, pois eles ficarăo muito felizes.
carlosalbertodoamaral@hotmail.com
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