A vida costuma nos pregar peças à todo instante. Muitas agradáveis e outras nem tanto, mas o mais importante aproveitá-las e tirar as lições.
Navegando pela internet na semana passada, deparei-me com a história de Vitor Lovison do Amaral, que escreveu os últimos capítulos de sua vida. O que teria tudo para ser triste e trágico, mostrou-se como algo maravilhoso, pois o garoto mesmo perdendo pouco a pouco suas energias, sempre demonstrou amor à vida e a família, além da paixão pela Sociedade Esportiva Palmeiras.
Vou postar a cada dia um capítulo escrito por Vitor, iniciando a partir de amanhã. Pedi ao seu pai, Sr. Carlos Alberto do Amaral, alguns comentários. Para os que acompanharem este texto e os seguintes, peço que procurem sentir toda a vivacidade do garoto e perceberem o quanto o Palmeiras fazia parte de sua vida.
Primeiros depoimentos de seus pais:
"Olá Marcelo!
Gostamos da idéia de colocar a cada dia um capítulo da historinha do Vitor!
Não é fácil voltar naquele dia e relembrar os momentos difíceis que passamos, pois nosso filho até então sempre teve muita saúde, nunca havia ficado internado antes, raramente ficava resfriado, era um menino esperto, muito bonito, alegre e inteligente. Jogava bola, jogava bocha na casa de seu avó, ia para a escola, era independente.Nós éramos uma família feliz com nosso casal de filhos (Vitor e Vivian) e sabíamos disso e, de repente, sentimos como se o chão tivesse saído de nossos pés. Como foi tudo tão rápido, tivemos que ser fortes para socorrer nosso filho no que era preciso, mesmo estando com o coração sangrando, precisávamos passar tranquilidade e confiança que tudo ia ficar bem. Tivemos o apóio de nossa família em todos os momentos difíceis. Na verdade, nós no começo achávamos que era uma dor do crescimento ou até mesmo que ele havia se machucado jogando bola com os primos no final de semana que estavámos todo reunidos na casa de minha cunhada Vânia, irmã da Viviani, por ocasião do aniversário de nossa sobrinha Ana Amélia e ele havia jogado bola com os primos. As vezes podia ter se machucado e não nos ter falado nada a respeito. Eu não imaginava que fosse algo grave mas quem percebeu mesmo foi minha sogra (a avó Maria) que falou para minha esposa levar o Vitor no pronto socorro e que não esperasse até sexta feira que era o dia que iríamos levá-lo no ortopedista em Piraju-SP.
No dia que foi feito a ressonância em Bauru-SP e foi diagnosticado que era mesmo um tumor, choramos muito, mas longe do Vitor que estava com sua tia Léia na ambulância que já retornava para Botucatu-SP. Eu e minha esposa estávamos no carro com nosso cunhado Fábio, esposo da Léia e nós três voltamos chorando para o hospital da UNESP de Botucatu-SP sem saber que o pior estava ainda por vir e, graças a Deus a tia Léia de nervoso ria e conseguiu distrair o Vitor que voltava de ambulância com ela. Não é fácil para nós revivermos um capítulo tão doloroso em nossas vidas, como foi toda a trajetória da doença do Vitor, espero que nos compreenda.
Para você ter uma idéia, o Vitor após fazer a ressonância quis comer salgadinho o tomar guaraná, não tendo noção da gravidade de sua doença até então. Nosso sentimento então, do começo ao fim, foi de saber que infelizmente os pais não podem sofrer no lugar de seus filhos e nem dar a vida por eles mesmo querendo. Nos sentimos impotentes diante daquela doença que mesmo se tivessemos todo o dinheiro do mundo, não adiantaria para salvar nosso filho, pois ainda não existe cura para este tipo de tumor o qual o Vitor teve."
Agora uma breve introdução de seus pais para amanhã iniciar o texto do grande Vitor, A História de um Guerreiro de 12 anos.
"Vitor, um menino de apenas 12 anos, que escreveu sua própria história, onde traçou toda a trajetória da sua doença, e que nunca desistiu da vida. Este jovem guerreiro gostava de escrever, de jogar vídeo-game, de informática, e de pescar, além de ser um palmeirense roxo... Já na escola, sempre gostou das letras, e quando começou a escrever sobre a história da sua vida e da sua doença, também deu o título a mesma: História de Um Guerreiro de 12 Anos.
Ele tinha razão quando escolheu esse título, pois vamos ler a história fascinante e emocionante de um grande guerreiro.
Vitor nasceu no dia 25/10/1995, na cidade de Avaré, e desencarnou no dia 21/09/2008, na cidade de Cerqueira César.
Sua passagem foi serena. Quando ele partiu se encontrava em seu quarto, em sua cama, e ao lado das pessoas que mais o amaram nesta vida.
Vitor deixou uma lição de vida muito bonita para todos aqueles que o conheceram e, principalmente para nós, seus pais e sua irmã Vivian de apenas nove anos, e a todos os seus familiares e amigos. Deixando suas últimas palavras gravadas na porta de seu quarto, que foram escritas com adesivos, que são: “Acreditem em si mesmo” e, “Eu amo minha família”. (Vitor)
OBS.: Nada foi alterado no texto abaixo, somente algumas correções ortográficas e de pontuação foram feitas, pois Vitor tinha apenas 12 anos, e o mesmo pedia que seu pai fizesse as correções para ele."
Hoje foi apenas uma introdução para a história do Vitor, nosso guerreiro palmeirense. O primeiro capítulo será postado amanhã. Volto a salientar a importância de observar como um garoto de apenas 12 anos pode nos ensinar tanta coisa.
Meus amigos, se quiserem, podem enviar um e-mail pessoal aos pais do Vitor, Viviani e Carlos, pois eles ficarăo muito felizes.
carlosalbertodoamaral@hotmail.com
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
A História de um Guerreiro de 12 anos - Introdução
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Um comentário:
Vitinho...como é bom olhar sua foto!
Relembrar esse sorriso de um palmeirense roxo!
Nós te amamos!
Beijos do tamanho desse mundo
sentimos sua falta...
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