Este é o primeiro post de 2011 e deveria ser mais positivo, no mínimo com uma pitada de esperança, que é simbolizada pelo verde, cor de nosso time querido, mas infelizmente este não é o meu sentimento.
O torcedor do Palmeiras nas últimas décadas tem sofrido com times medíocres e dirigentes idem, sendo que o único hiato foi no período Parmalat, onde a administração do futebol ficou nas mãos da empresa, coordenada pelo Brunoro. Fora este período, nossas únicas conquistas foi a Série B pelo presidente Mustafá e um Paulista com investimentos da Traffic.
Nos últimos anos, tínhamos a impressão que éramos o time do futuro, pois parecia que possuíamos uma base e com contratações ditas "cirúrgicas" acertaríamos de vez o time. Neste ano nem a tal base existe. Temos hoje entre os nossos ídolos um Marcos em final de carreira, um Mago Valdívia que não consegue fazer ilusionismo de seus problemas musculares e Kléber em pé de guerra com a diretoria de futebol, além de um Felipão que não consegue arrumar a casa e cobrar os jogadores, fruto da incompetência da diretoria que não conseguem colocar os salários e outras remunerações em dia.
Fora as estrelas acima, possuímos também Bruno, Deola, Danilo e Gabriel Silva como bons jogadores e na torcida para que Lincoln e Pierre consigam se livrar das contusões e apresentarem um bom futebol.
Mas o que mais me preocupa não é nem jogadores ou comissão técnica e sim a próxima eleição alviverde. Temos Arnaldo Tirone pela oposição e Salvador Hugo Palaia e Paulo Nobre teoricamente pela situação. Pelas declarações e promessas, o candidato Paulo Nobre parece ser o que possui a roupagem mais moderninha, falando sempre na profissionalização do clube, em vários níveis e setores. Mas sempre que vejo ou ouço suas entrevistas, lembro-me das fíguras de Aécio Neves e Geraldo Alckmin e a falácia do "Choque de Gestão". Se eu tivesse direito ao voto, votaria nele, mas não sinto a firmeza que ele poderá tirar o Palmeiras desta letargia que nos encontramos.
O Sr. Palaia passa a impressão de um faraó mumificado que saiu das catacumbas do Egito, contando com um grande poder financeiro no bolso, ideias retrógradas e muita sede de poder. Lendo uma entrevista sua ao site Gazeta Esportiva, guardei essa sua frase, que retrata bem meu sentimento:
"A renovação é natural, também fiz parte da renovação 40 anos atrás. Só que na renovação eu aprendi com os mais velhos. Devo a minha experiência aos velhos que lá estavam. A terceira idade que lá estava."
Pode até ser preconceito de minha parte por causa de sua idade, mas essa renovação que ele diz tem cheiro de naftalina, mas o pior foi a sua resposta na entrevista a respeito do direito de voto do sócio-torcedor:
"Eu acho que é possível, estamos caminhando para isso. Naturalmente, precisa ter algumas restrições. Não podemos colocar bandoleiros no Palmeiras. Há muitos sócios com capacidade enorme, desde que passem, é claro, por uma seleção, uma sabatina. Eu sou favorável ao projeto Avanti."
Traduzindo o que este senhor quer dizer isto: É favorável que os torcedores paguem mensalidades para ajudar o clube, mas não quer que participem da vida política. Esses distintos senhores são capacitados e nós torcedores somos uns bandoleiros, que querem apenas a diversão.
Digo para este faraó mumificado que este bandoleiro aqui não consegue mais divertir com este time, muito longe disso, pois passo raiva sempre e as humilhações estão cada vez mais frequentes.
Por último, o Sr Arnaldo Tirone. Tudo o que eu li, ouvi e vi sobre este senhor, deixa transparecer que ele não tem ideia nenhuma e projeto algum. A única coisa que diz é que precisa abrir as "gavetas". Sempre que falam de sua ligação com o ex-presidente Mustafá Contursi, sempre diz (em tom irritadiço) que se eleito a caneta será dele e ele tomará as decisões, além de dizer que não é apenas o Mustafá que está ao seu lado, conta também com os ex-presidentes Afonso Della Mônica e Carlos Fachina Nunes.
Sempre que acompanho Arnaldo Tirone, me remete ao conceito do início da década passada, do "bom e barato", do clube equilibrado, do dinheiro em caixa. Decorou direitinho a cartilha do Rei do Kibe. No futebol de hoje pode até existir um time que seja muito bom à baixo custo, mas essa não é a regra. Se quiser ter um time bom, os clubes tem de investir, seja em contratações, seja nas divisões de base e com os clubes quebrados como estão hoje, dificilmente algum clube será equilibrado. Vale lembrar que nenhum torcedor quer um clube com dinheiro em caixa e Caio Júnior no banco, quer é ídolos em campo. Quer é tirar sarro dos rivais. Quer é poder andar de cabeça erguida, sem receio de humilhações como as de Goiás, Asa de Arapiraca, Ipatinga, Santo André...
Por este panorama traçado, não sinto como ter um sentimento que não o pessimista e a minha única esperança é a força de uma Instituição de tradição e história que se chama Palmeiras, um Gigante que muitos tentam apequenar, inclusive quem o dirige, mas que vez ou outra mostra quem de fato é.
Que o novo presidente cumpra com sua obrigação de deixar o Palmeiras sempre grande, sem vaidades e com muito trabalho. É o mínimo que a torcida exige.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Entreguem o Palmeiras para os Bandoleiros
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